Absolutamente mais tentador do que ler uma página de um livro é dar um bom mergulho no mar. Ah, para quem não percebeu, estou já no clima de férias, verão, praia, futvolei, frescobol, todas essas coisas que me compõem. Quem disse que dentro de um ser não pode residir vários? Quanto mais reconheço a pluralidade que habita em mim mais me aproximo da vida e de sua verdade. Estou tão em clima de férias que quase não quero falar sobre livros. Mas como não falar desses bichinhos apaixonantes que me rodeiam diariamente?
Claro, é a hora da retrospectiva e dos vislumbres futurescos. Começar pelo passado é quase uma ordem. Mas que filósofo gosta de seguir a ordem natural das coisas? Então, ao futuro.
Regra número 1 para a realização dos meus desejos literários: ler todas aquelas obras clássicas que até hoje tive medo de enfrentar. Ta certo, para algumas eu, confesso, ainda não estava preparado. Mas hoje me sinto pronto para devorar tudo. Ano que vêm as leituras serão grandes, não só na qualidade, mas na quantidade também. Vou enfrentar Ulisses, me perder no labiríntico Rayuela, ler e realmente entender o Borges que já li, subir novamente na Montanha mágica de Thomas Mann, e sim, o esperado 2666 do Bolaño; e tantos outros. Todas as leituras iniciadas em algum tempo da minha vida e que desisti no meio do caminho. 2011 é um ano de retomada. Chegou a hora de enfrentar os grandes, os clássicos, engolir o que a vida tem de melhor. Por que se poupar diante do prazer com o medo de não sobrar nada depois? Foi isso que fiz de mim até agora. Mas a vida, a vida sempre sobra. Schopenhauer tinha razão. A vida é, antes de tudo, vontade. E ela jamais acaba. Nós acabamos antes. Por isso, como já disse: devore-se. Um pouco como a Esfinge, só que diante da vida. Decifre e devore a vida. Se não, ela te devora.
O ano foi de ótimas descobertas. E para celebrar essas descobertas invento o troféu Fahrenheit 451. Troféu homônimo ao filme do Truffaut (por favor François, não me cobre direitos autorais!). Bem, para quem não viu o filme eu explico. No final, cada homem que adorava ler e que conseguiu escapar da perseguição policial (eles queimavam os livros!!) escolhia um livro para decorar inteirinho. Assim, os policias podiam queimar os livros, pois estes residiam agora no homem. Como eu queria ter essa capacidade de decorar os livros e tê-los inteiros e eternos na minha alma! Entenderam? Pois é isso: qual o livro do ano que valeria apena interiorizar e colocar eternamente dentro de mim?
Como essa resposta é dificil. Como aqui não dá para delinear a dimensão do tempo que me angustiei até me decidir qual, já adianto que saí da cadeira, fui na cozinha, voltei, escutei umas quinze músicas, e só agora pareço me decidir. Ainda com ressalvas. Espera. Acho que vou mudar. Mudei. Mudei de novo. Agora escolho outro que ainda não tinha pensado. Acho que agora sim, então vai. É esse, Zé? Tem certeza? Não. Mas como tenho que escolher apenas um, aqui vai: Ecce Homo. Em segundo lugar ficou O outro pé da sereia. Completando o pódium: Clarice,.
Porém, vocês sabem que essa história de superlativos é a maior bobagem, né? O Nietzsche já havia nos alertados quanto ao perigo dos superlativos. E quando o superlativos tangem a arte e as pessoas, ele é desnecessário. Mas, sim, decoraria o Ecce homo com muito gosto.
Pronto, já falei dos livros. Agora vou falar das férias. Quais livros vou levar para ler, sabendo que lerei muito pouco ou quase nada, que o mar irá vencer, que os amigos irão vencer, que os esportes irão vencer? Estou levando Anna Kariênina; a nova biografia do Nietzsche; O ano da morte de Ricardo Reis; O mundo como vontade e como representação; Pequenos Amores, Crítica da Razão Pura. Quanta ambição para as férias, não? Mas vou tentar, pelo menos, terminar a Anna.
No fundo, o que quero é o mar e tudo aquilo que ele reprensenta. O mar e o magnetismo que ele exerce em mim. O infinito e aquilo que dele consigo tocar. A liberdade de me ser. Os outros. Os outros de mim mesmo. A vida. Os arredores.
Feliz Natal para todos que me leem. Feliz ano novo!
Férias!!!
Férias!!!
Meu amado, meu lindinho, meu fofo! Feliz Ano Novo pra você, do fundo do meu coração. Espero que nos deleite com mais e mais dos seus escritos, a cada dia melhores. E que você tenha inspirações mais profundas e desnorteantes a cada dia! hehehe Te amo!
ResponderExcluirhey, hey, pegou a minha doença de escrever de vez em nunca, é?
ResponderExcluirNão para de escrever não...Eu amei ficar horas lendo tudo por aqui. Necessito de MAIS, tenhoo fomee..rsrs.
ResponderExcluirBeijão e torço por sua volta!!